Na noite que me abraça, sigo caminho sem destino.
O corpo pede, sem comando de cabeça.
Apenas pede, para cansar o pensamento.
É caminho tortuoso; mas os pés trauteiam com sapiência.
O negrume da noite abafa a tenacidade do pensar...
Mas sinto na esquerda a sombra do piano...
E na direita a sombra do violino..
Sem dar conta avanço...
Seguindo caminho...
Como quem perde qualquer coisa que se perca...
Como quem beba qualquer coisa que se oiça...
Como quem tropece em qualquer coisa que mereça...
Amarga-me essa falta de doce; de um olhar inexistente.
Adoço o sonho... Esculpindo pesadelo pedra em algodão abraço.
E avanço...
Comandado pelas sombras, sonantes do céu.
Piano...
Violino...