quinta-feira, 25 de maio de 2023

Morte

 É sem dúvida a única certeza de cada ser.

Mais ou menos assustador na aceitação desta única certeza absoluta, caminhamos mais ou menos coxos, entre uma saúde que existe, ou que não existe.

Independentemente de tudo, sejamos fieis ou infiéis a conceitos preconcebidos, a morte é uma porta não existente, é um caminho de fundo, é uma certeza absoluta.

Sejamos amados ou não.... Amando ou não... Cuspindo ou sorrindo, vestidos ou nus, bonitos ou feios, com estatuto social ou rastejantes; a morte é o ultimo track point desta caminhada.

Por muito etéreo que se seja, com incertezas desmontadas; a falta de charme para se aceitar a morte existe sempre; não vale a pena estar de pele virada ás super cordas, que a morte dá sempre o seu mote final; queimado ou apodrecido, a história por estas bandas inertes de glamour, termina. E isso é uma certeza fora do pseudo cientifico.

E dentro desta base factual, entendo-me como uma personagem consciente que com os anos de vida que tenho e após o meu partir, não serei memória por mais de uma geração; tendo uma matemática mais ou menos errante de que passarei á historia terrena num ápice.

Será sempre uma breve passagem, que nem os meus bisnetos (quando nascerem, se é que vão nascer) nem saberão do meu nome completo; e muito honestamente, espero que nem percam tempo a saber, que saibam essencialmente andar descalços nesta Terra, de forma genuína e única e exclusivamente a divertirem-se; porque esta merda de derreter cérebro á conta de atrasados mentais tem muito que se lhe diga.

Estou com uma vontade intrínseca de me cagar para tudo e para todos; e enterrar-me nesta natureza existente de vales e rios que é a única coisa que me faz sentido, considerando que reencarnei para evoluir, acabo sempre por perder a paciência com esta treta da evolução.

É tão bom sentir de peito a vontade de dizer alto e bom som que me estou a cagar, e reforçar um adorável foda-se a tudo que tenha pernas (ou braços).

Não deixo de gostar de ninguém, apenas entro no vazio de não querer nada de mim, e entrar em harmonia como o meu ser, apenas porque deixo-me de preocupar com minha imagem, ou de agradar a tudo e a todos, a taxa de esforço não trás retorno construtivo, apenas materializa ódios em subconsciente, que nem eu próprio conheço.

Olhando de forma transversal para a classe politica deste meu Pais, fico absorto com tanto atraso mental (deveriam de ser um exemplo cristalino) , no cuidado da nação e deste meu povo ao qual respiro com demasiada intensidade... E para quê? Morrem todos, apenas com o principio sólido que deixam uma obra de merda. 

Então a oposição é polida no escarnio e no mal dizer, mas entendo, não são evoluídos o suficiente para fazer melhor; mas sinceramente... Para quê ser melhor, se morre tudo?

Moral da história... Não existe moral nenhuma.

Mas a certeza que morremos todos.

Até lá... Sejam felizes e bebam vinho tinto que faz bem á saúde (só um copo, que o Sr. Doutor sabe o que diz e é reconhecido pelo seu grau académico; áh! mas o Sr. Doutor não morre?) Enfim...

Planeta Tretas. Gosto muito de ti. Quando for grande como tu, também quero tremer e cuspir fogo das entranhas do meu ser... Pelo menos assim também meto medo; tipo... tartaruga ninja.

Mas acreditem que estou feliz e pleno, porque daqui a uma vintena de anos morro, e a minha alma põe-se a milhas até á constelação 25xp44A, onde a cerveja é boa e existem gajas boas (e pão com chouriço) (e não se paga imposto quando se compram cuecas... sim... não há iva) (e também quando se faz cócó, porque o papel higiénico cá por estas bandas paga imposto).

Agora que arrotei este texto com aroma a canela e mel... Vou dormir (e sonhar com o judas... que é recordado á mais de 2000 anos e só fez merda).

Gosto tanto disto.


segunda-feira, 15 de maio de 2023

Sabotagem

 Acendendo um cigarro, recordo-me de uma história...

Caso de estudo para ser mais concreto.

Artur (nome fictício), já nos seus cinquentas, mantinha-se solteiro e derrotado, a viver com os pais.

Pais entrados na idade, casados cedo, tinham no seu comportamento uma vivencia em discussão e desarmonia.

Artur saturado dos desempregos e nos desenamores, tinha diariamente a visão sentida da discussão de seus pais, que terminava sempre com a ameaça de uma arma de fogo, que seu pai usava de forma tempestiva contra a sua mãe, com o intuito de persuadir a esposa a anular-se da discussão; arma essa que estaria sempre descarregada, apenas servia de objecto teatral no trato de dois humanos diminuídos e retratados com uma parca evolução pelo amor.

Artur e seus pai viviam num apartamento no 7º andar de um prédio com 18 andares.

Artur que alimentava a vontade de suicídio, penava com o cenário, alimentando um amor odioso para colocar o termito da discussões diárias de seus pais.

Tomou a decisão de carregar a arma, com a vontade intrínseca de a arma se disparar acidentalmente, provocando o silencio eterno de uma das partes.

Num fim de tarde semanal, Artur chega a casa no 7º inferno, rodando a chave, e com porta entreaberta afigura seu pai em discussão com sua mãe, com o pai ameaçando a mãe de morte com o revolver em punho... Artur, fecha a porta e segue desenfreado para o topo do edifício, ultrapassando o 18º andar, seguindo para o topo, e sem hesitar manda-se em queda livre em voo suicida.

Estatelando-se no chão, provoca os horrores nos transeuntes, sendo a emergência médica actuada de imediato, sem perspectivas de possível pulsar vital, tal foi a violência do embate.

As autoridades competentes, chegados ao local, isolam a área funesta, e numa análise cuidada, ficam chocados com algo incompreensível. 

Artur tinha uma bala alojada no coração.

Ficou claro que o óbito foi provocado por uma arma de fogo; supostamente Artur teria sido baleado no topo do edifício e teria caído em queda livre já óbito.

Sendo o prédio isolado, e motivo de averiguações, com relativa rapidez chegam a um sétimo andar, onde se dão conta de um homem e uma mulher prostrados de joelhos em silencio mórbido envoltos de uma tristeza macabra.

Seguiu o assunto para uma incerteza se as autoridades estariam perante um caso de suicídio ou homicídio.

Com interrogatório imediato aos pais de Artur, as autoridades desmontam o caso para um azar ao pormenor de sabotagem e de relógio parado no tempo.

A morte, acertou em Artur duas vezes no dia.

Artur em pleno voo suicida, ao passar pelo 7º andar, a arma do pai que sempre esteve descarregada, teria uma bala colocada; e os desejos do filho entraram em plenitude aquando a arma disparou acidentalmente, falhando a mãe, e a bala furtiva saiu pela janela acertando no coração de Artur quando o mesmo vinha em pleno voo suicida. 

A tristeza e a desgraça encontra sempre soluções.

Até mesmo um relógio parado acerta na hora duas vezes ao dia...

terça-feira, 2 de maio de 2023

Saberei?

Não sei, se sei... pisar este chão.

Não sei, se sei... respirar.

Não sei, se sei... pensar.

Não sei, se sei... gostar.

Não sei, se me sei...

Não me sei... saber...

Não sei, se sei... ler.

Não sei... morrer.

Não sei... viver.

Mas sei...

Que o amanhã não é garantido.

Pode não ser sentido.

Vivido.