Sinto-me num vale de Almas desarticuladas.
Sem rumo, sem partícula dourada que me almeje cor.
Os azuis dos meus olhos teimam em sobressair os cinzentos das pernas andantes.
Será este o desígnio de uma evolução qualquer, neste planeta biológico, comandado por ciclos e contra ciclos?
Tanto barulho se faz, e cada vez oiço menos... Estou menos... Muito menos..
Vontade de desnascer... Volatizar-me...
O desenquadramento tão real e palpável quebra-me sonhos e sopros.
Resta-me apenas a felicidade que um dia vou morrer.
Até lá... Vou cavando, para não ouvir e não ver...
Que o suor me tape a visão, e que o som da enxada na terra me oculte os grunhidos desumanos de gente torta.
Morrer... Anda! Desalgemar doce e eterno!