Em zona costeira, recortada pela tempestuosa força do mar, observa-se no horizonte uma calmia sossegante de tons azuis, contrastando com as escarpas sólidas macias de uma beira mar eterna.
No termito do bosque, com janela para imagem deslumbrante, entra-se em reverso ao mar para cores transmutadas a verde e castanho promovidas pelas verdejantes copas que a natureza plantou.
Em caminho dobrante desce-se em suaves curvas por encostas forradas a arruda e alecrim, saudando-nos pequenos pontos amarelos de uma folhagem minúscula, mas que nos assalta o olfato, dançando-nos com aromas rejuvenescentes.
Ele, de silhueta desconcertada, tinha no porte um sorriso melodioso; sintomático de uma esperança demolidora de encontrar e ser encontrado pelo verdadeiro Amor.
Jovem libertino, aproxima-se de sua aldeia com traços celtas em todos os redondos possíveis e imaginários; abraçada por forte corrente druídica, onde o saber era uma primeira necessidade de todos.
Caminho circundante a um lago negro de águas, avista o seu destino…
Uma cabana humilde, mas robusta, talhada em carvalho maciço… Uma única janela… voltada ao lago. Ligeiro fumo esbranquiçado saia de sua chaminé; tinha tons leves, saudando as parecenças com nevoeiro de fraca densidade.
Era domicílio de um Druida guarda.
Tinha na alma o selo cósmico da visão remota.
Com tal saber; de tenra idade que se colocou em posição de efetuar guarda ao lago; que lhe fornecia imagens de um futuro recente, abordando o mal e o bem.
Ele… em breves toques na porta espessa entreaberta, recebe permissão de entrada em humilde santuário.
Tinha como objetivo, saber a proximidade de possivel verdadeiro amor.
Em absoluto silêncio, trocaram saberes leves em uníssono continuado.
O Druida após preparação mental de Ele, colocou-o em frontal ao lago, tendo pelo meio a janela de 4 vidros.
O mental de Ele é assaltado com imagens claras… dois cisnes negros em valsante nadar de águas negras.
Druida de saber, coloca-lhe a mão sábia no ombro direito, e acalma-lhe a confusão mental, de não perceber tal simbolismo.
-Teu verdadeiro Amor está por chegar, e está muito de perto. Não saberás sentir, mas saberás gostar.
E chegará o dia que entenderás a verdadeira dimensão do Amor.. Passaras pela perda, e apenas a partir desse momento serás maior.
Ele, multiplicando-se em agradecimentos, faz-se ao caminho pensante.
Aceitando possivel pesar, segue crescente no positivo, e a passos largos rápido coloca em segundo plano possivel futuro.
Ao chegar na praça central, demarcada com um dólmen milenar, assiste a uma escassa lateral, num grupo de homens eufóricos em possivel construção de algo maior.
Preso pela curiosidade aproxima-se de alma aberta, pela vontade de beber o acontecimento.
Chegado de perto espanta-se com recente estátua colocada, em memória de alguém…
Era Ela!… de bronze… altiva..
Um grito avassalador interno, prendeu-se-lhe…
-“Já morreu!.. Nobre donzela… que me mereceu”…
Sentido Amor ardente no peito, cai por terra..
Morto e desgosto…