Imaginei lido de um texto não biblico, o local exacto
Numa zona nada remota onde o ardor fosse constante
Fiquei em transparente pasmado com o verdadeiro facto
Entreti-me de avesso em colossal verdade gritante
Reli envergonhado vestido de inteira satisfação
Não existe lugar algum com sabor de escaldão
Onde se sente este chão...afinal...isso sim...
terça-feira, 19 de maio de 2009
Centelha
Despolindo um sorriso empedrado
em pessoa de corpo crescida
deu-se visão do terno em calado
de idade crescente e humanidade descida
de um aspero rude brilhante
passagem para calhau, vinda de diamante
num distraido mecanizado
deu sorriso de bom agrado
não fossem palavras brancas
nem a teimosia se vedou
eram palavras tantas
que o ego se cegou
em pessoa de corpo crescida
deu-se visão do terno em calado
de idade crescente e humanidade descida
de um aspero rude brilhante
passagem para calhau, vinda de diamante
num distraido mecanizado
deu sorriso de bom agrado
não fossem palavras brancas
nem a teimosia se vedou
eram palavras tantas
que o ego se cegou
domingo, 17 de maio de 2009
Dá... e receberás...
O homem das sandálias...
1940 d.c. no alvorar em nenhures, do meio do papelão..
acorda vivalma, com barba viva de não se fazer...
era de uma cidade que se presenciava, um dono deste mundo cão
Homem do conhecimento, em real e do etéreo, pleno verdadeiro saber.
Ao lento passo, fazia-se caminhada, de roupa gasta e suja, em sandálias amargas, desde a esquina abandonada, com o sentido de matar a fome... não do estomago, mas da alma...
O ritual diário deste Mendigo era encontrar alguem reduzido, e dar em voz, o alimento da sapiencia, com o intuito de o salvar.
Percorria avenida movimentada, em que pessoas, despiam-se de humanidade, numa correria mecanica, embalados nos mais lustres papeis, escondendo prendas vazias...
Sons produzidos pelo invento do homem abraçavam a mais pequena pedra, abafando as claves de sol que a natureza autrora brindava...
Munido de uma clarividencia poderosissima... observa uma jovem alma, e reconhece-lhe a proveniencia...
Era uma sétima filha de uma sétima filha; figura reencarnada com objectivos de alcançar um amor perdido em tempos seculares... poções mágicas do passado negro, onde tudo acontecia, bastando para isso que o sangue corre-se, como se de uma dizima se tratasse.
Previsto éra que no presente o mesmo acontecesse, a todo custo.
O Homem das sandálias, em percurso tangente, passando por jardim verde esbatido, contorna dois fontanários secos, e coloca-se de fronte a donzela radiante... o transito circundava este espaço, que tanto sofria para oxigenar os dois quarteirões vizinhos.
Uma cara luzidia, em olhos verdes... cabelos ondulados, adormecidos nos ombros, de uma tez castanho claro... e um envoltorio de linhas perfeitas, como se um anjo se tratasse...
Foi abordada com um olhar sereno e magnetizante, pedindo acesso á palavra...
A jovem, sem reacção repulsiva... assentiu...
-Menina... se me permite, deixaria aqui, uma prosa.. e um acto apenas para a fazer sorrir..
-Senhor.. certamente, sinto que o faz por bem... serei ouvidos da sua palavra..
-Pedia-lhe donzela, que esticasse os braços, com palma das mãos viradas ao céu, olhos fechados, e mentalize o que lhe sopro...
Em pleno cenário citadino observa-se a posição pedida, sem que alguem tocasse a sineta de espetaculo.
-Imagine que tem um balão na sua mão esquerda...um balão extremamente leve (fazendo breve pausa)... na sua direita, um livro, velho, grande, pesado...
A imagem que se observava era de uma mão direita a descer, e de uma mão esquerda a subir... como se o cerebro fosse comandado por uma força qualquer invisivel...
A donzela, colocando os braços em baixo, abrindo os olhos e sorrindo... pergunta
-Senhor.. como me fez isto? senti-me sem qualquer tipo de controlo... uma mao subia e a outra descia...
O Homem das sandálias, baixando a cabeça, em sinal de humildade, projecta do saber com as seguintes palavras...
-É a mesma coisa que eu lhe começar a falar que estou a comer uma enorme maçã verde sucolenta, e repetindo a descrição, a senhorita, o mais certo é começar a salivar...
será daqui que lhe transmito, que em tudo o que fazemos, marcamos o proximo... e do nada seremos recebidos com mesma marca... tudo isto de forma silenciosa, sem que fio algum se veja.
Ora se tomar atenção, é na pratica do bem, que do bem receberá... assim como no oposto, dando no mal, é do mal que nos cobram...
E saindo em passo lento... segue rumo... O Homem das sandalias, perdendo-se no meio da multidão circulante...
Dá... e receberás...
1940 d.c. no alvorar em nenhures, do meio do papelão..
acorda vivalma, com barba viva de não se fazer...
era de uma cidade que se presenciava, um dono deste mundo cão
Homem do conhecimento, em real e do etéreo, pleno verdadeiro saber.
Ao lento passo, fazia-se caminhada, de roupa gasta e suja, em sandálias amargas, desde a esquina abandonada, com o sentido de matar a fome... não do estomago, mas da alma...
O ritual diário deste Mendigo era encontrar alguem reduzido, e dar em voz, o alimento da sapiencia, com o intuito de o salvar.
Percorria avenida movimentada, em que pessoas, despiam-se de humanidade, numa correria mecanica, embalados nos mais lustres papeis, escondendo prendas vazias...
Sons produzidos pelo invento do homem abraçavam a mais pequena pedra, abafando as claves de sol que a natureza autrora brindava...
Munido de uma clarividencia poderosissima... observa uma jovem alma, e reconhece-lhe a proveniencia...
Era uma sétima filha de uma sétima filha; figura reencarnada com objectivos de alcançar um amor perdido em tempos seculares... poções mágicas do passado negro, onde tudo acontecia, bastando para isso que o sangue corre-se, como se de uma dizima se tratasse.
Previsto éra que no presente o mesmo acontecesse, a todo custo.
O Homem das sandálias, em percurso tangente, passando por jardim verde esbatido, contorna dois fontanários secos, e coloca-se de fronte a donzela radiante... o transito circundava este espaço, que tanto sofria para oxigenar os dois quarteirões vizinhos.
Uma cara luzidia, em olhos verdes... cabelos ondulados, adormecidos nos ombros, de uma tez castanho claro... e um envoltorio de linhas perfeitas, como se um anjo se tratasse...
Foi abordada com um olhar sereno e magnetizante, pedindo acesso á palavra...
A jovem, sem reacção repulsiva... assentiu...
-Menina... se me permite, deixaria aqui, uma prosa.. e um acto apenas para a fazer sorrir..
-Senhor.. certamente, sinto que o faz por bem... serei ouvidos da sua palavra..
-Pedia-lhe donzela, que esticasse os braços, com palma das mãos viradas ao céu, olhos fechados, e mentalize o que lhe sopro...
Em pleno cenário citadino observa-se a posição pedida, sem que alguem tocasse a sineta de espetaculo.
-Imagine que tem um balão na sua mão esquerda...um balão extremamente leve (fazendo breve pausa)... na sua direita, um livro, velho, grande, pesado...
A imagem que se observava era de uma mão direita a descer, e de uma mão esquerda a subir... como se o cerebro fosse comandado por uma força qualquer invisivel...
A donzela, colocando os braços em baixo, abrindo os olhos e sorrindo... pergunta
-Senhor.. como me fez isto? senti-me sem qualquer tipo de controlo... uma mao subia e a outra descia...
O Homem das sandálias, baixando a cabeça, em sinal de humildade, projecta do saber com as seguintes palavras...
-É a mesma coisa que eu lhe começar a falar que estou a comer uma enorme maçã verde sucolenta, e repetindo a descrição, a senhorita, o mais certo é começar a salivar...
será daqui que lhe transmito, que em tudo o que fazemos, marcamos o proximo... e do nada seremos recebidos com mesma marca... tudo isto de forma silenciosa, sem que fio algum se veja.
Ora se tomar atenção, é na pratica do bem, que do bem receberá... assim como no oposto, dando no mal, é do mal que nos cobram...
E saindo em passo lento... segue rumo... O Homem das sandalias, perdendo-se no meio da multidão circulante...
Dá... e receberás...
sexta-feira, 15 de maio de 2009
F(r)icção
Sentei-me numa rocha...
era de um macio saudavel...
o cheiro do mar, tocava-me no ombro.
não estivesse eu cansado, saturado..
de gotas vertidas
tudo macio...
qualquer limão fazia inveja as papoilas...
por estar sentado, quieto, na rocha....
sozinho...
despejei-me..
de tudo
deste meu pesado leve
um bem grande nada
recuperando não sei bem do que...
(...silencio...)
e lembrei-me de uma historia...
que ia inventando...
segundo a segundo...
era uma vez...
um rapazinho...
bem tenro na idade...
que decidiu escrever...
toda a vida que iria ter... ate... morrer
e assim pegou no lápis...
começou por articular uma infancia sorridente, embriagado pelos brinquedos,
pelos colos da familia,
pelo brilho dos passaros... em tudo o que possa ser imaginavel em rosa de fundo,
numa criança até aos 6 anos acontecer...
o grafite escorregava nas folhas brancas, dando corpo minuto a minuto...
passando pela instrução primária, onde mundos novos despertam...
sentindo pequenas novas paixoes...
todos os dias foram escritos
todas as horas
todos os minutos
nem as quedas de bicicleta escapavam de uma descrição milimétrica...
ao fim de um abraço de folhas...
e decidiu...
decidir...
uns vintes decisivos...
em que tudo acontece...
dando corpo a uma uniao...
dando vida a vida
selando conhecimentos academicos...
tudo como nas regras do bem escrever...
todas as virgulas, todos os não pontos finais...
segunda paragem do grafite, demorada, articulada para o lado esquerdo do avesso...
e decide-se dar nova universidade... não no corpo, mas na alma...
colocar um vazio nos trintas...como se de uma escola tratasse...
perder o que pensara não ter ganho... porque apenas.. fazia parte
desde as insónias, aos almoços sem sabor, passando pelos jantares que nem a memoria pegou..
uns trintas bem pesados de vazios...
salto nos quarenta...
onde tudo se aguenta...
do segundo curso se aplica...
numa especie de vida nova que os cinquenta espreitam..
as folhas que se escreviam...
iam dando lugar a montes de geometria A4 em espessura consideravel...
e uma caixa de lapis quase vazia...
novos amores nos cinquentas..gatinhavam, sorriam, e faziam valer a pena respirar...
descrevia-se tudo o que se podia ensinar...
a quem de tenra idade ia crescendo..
a profissão em pano de fundo atravessava practicamente todos os capitulos desde os 18 anos...
e continuava em rectas curvilineas, sempre em gráfico crescente..
sétimo lapis...
e os sessenta eram sorrisos virgula sim virgula não...
idas ao médico..
controlo de uma saude quimica..
direitos de sossego em ferias estrategicamente colocadas...
preparativos para que fosse sucedido profissionalmente...
quatro folhas ficam em vazio...
e aparece uma escrita...
de um dia...
em Maio...
aos 78 anos...
o grafite coloca um ponto final...
na madrugada..
o rapazinho...
terminando tal romance endurecido...
deu sorriso ao trabalho feito..
e considerou...
"Será assim que me cresco, com virtudes e desvirtudes, de uma vida caminhada...do que me ensino, do que me bebo... serei maior desde que me nasci..."
acordei...
de um não sonho...
desta rocha macia...
não sei do que me dei...
de um virtual medonho..
do que esta historia trazia...
sendo ou não sendo...
levantei-me...
voltei caminho...
ao meu talvez escrito...
era de um macio saudavel...
o cheiro do mar, tocava-me no ombro.
não estivesse eu cansado, saturado..
de gotas vertidas
tudo macio...
qualquer limão fazia inveja as papoilas...
por estar sentado, quieto, na rocha....
sozinho...
despejei-me..
de tudo
deste meu pesado leve
um bem grande nada
recuperando não sei bem do que...
(...silencio...)
e lembrei-me de uma historia...
que ia inventando...
segundo a segundo...
era uma vez...
um rapazinho...
bem tenro na idade...
que decidiu escrever...
toda a vida que iria ter... ate... morrer
e assim pegou no lápis...
começou por articular uma infancia sorridente, embriagado pelos brinquedos,
pelos colos da familia,
pelo brilho dos passaros... em tudo o que possa ser imaginavel em rosa de fundo,
numa criança até aos 6 anos acontecer...
o grafite escorregava nas folhas brancas, dando corpo minuto a minuto...
passando pela instrução primária, onde mundos novos despertam...
sentindo pequenas novas paixoes...
todos os dias foram escritos
todas as horas
todos os minutos
nem as quedas de bicicleta escapavam de uma descrição milimétrica...
ao fim de um abraço de folhas...
e decidiu...
decidir...
uns vintes decisivos...
em que tudo acontece...
dando corpo a uma uniao...
dando vida a vida
selando conhecimentos academicos...
tudo como nas regras do bem escrever...
todas as virgulas, todos os não pontos finais...
segunda paragem do grafite, demorada, articulada para o lado esquerdo do avesso...
e decide-se dar nova universidade... não no corpo, mas na alma...
colocar um vazio nos trintas...como se de uma escola tratasse...
perder o que pensara não ter ganho... porque apenas.. fazia parte
desde as insónias, aos almoços sem sabor, passando pelos jantares que nem a memoria pegou..
uns trintas bem pesados de vazios...
salto nos quarenta...
onde tudo se aguenta...
do segundo curso se aplica...
numa especie de vida nova que os cinquenta espreitam..
as folhas que se escreviam...
iam dando lugar a montes de geometria A4 em espessura consideravel...
e uma caixa de lapis quase vazia...
novos amores nos cinquentas..gatinhavam, sorriam, e faziam valer a pena respirar...
descrevia-se tudo o que se podia ensinar...
a quem de tenra idade ia crescendo..
a profissão em pano de fundo atravessava practicamente todos os capitulos desde os 18 anos...
e continuava em rectas curvilineas, sempre em gráfico crescente..
sétimo lapis...
e os sessenta eram sorrisos virgula sim virgula não...
idas ao médico..
controlo de uma saude quimica..
direitos de sossego em ferias estrategicamente colocadas...
preparativos para que fosse sucedido profissionalmente...
quatro folhas ficam em vazio...
e aparece uma escrita...
de um dia...
em Maio...
aos 78 anos...
o grafite coloca um ponto final...
na madrugada..
o rapazinho...
terminando tal romance endurecido...
deu sorriso ao trabalho feito..
e considerou...
"Será assim que me cresco, com virtudes e desvirtudes, de uma vida caminhada...do que me ensino, do que me bebo... serei maior desde que me nasci..."
acordei...
de um não sonho...
desta rocha macia...
não sei do que me dei...
de um virtual medonho..
do que esta historia trazia...
sendo ou não sendo...
levantei-me...
voltei caminho...
ao meu talvez escrito...
Estranho
Estranho... que estranha palavra será esta
que de tanto estranho tem...
e apenas personaliza o que de estranho o estranho tem.
Mas acaba por ser estranho o real significado do que se estranha
é um atalho estranho para reduzir
o que estranhamente não se conhece
estranho mesmo
que o vocabulario se volatize a um simples... estranho
objecto estranho
linguagem estranha
pessoa estranha
cadeira estranha
planeta estranho
constelação estranha
energia estranha
prego estranho
e assim fica tudo explicado...
reduzido
arquivado
o mundo do não complexo reduzido a um grao de areia...
bestial!
vou comprar dois bilhetes e vou para la
deve-se ir de uma forma estranha..
fazendo justiça ao estranho...
"quero la saber"
que de tanto estranho tem...
e apenas personaliza o que de estranho o estranho tem.
Mas acaba por ser estranho o real significado do que se estranha
é um atalho estranho para reduzir
o que estranhamente não se conhece
estranho mesmo
que o vocabulario se volatize a um simples... estranho
objecto estranho
linguagem estranha
pessoa estranha
cadeira estranha
planeta estranho
constelação estranha
energia estranha
prego estranho
e assim fica tudo explicado...
reduzido
arquivado
o mundo do não complexo reduzido a um grao de areia...
bestial!
vou comprar dois bilhetes e vou para la
deve-se ir de uma forma estranha..
fazendo justiça ao estranho...
"quero la saber"
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Velas ao vento
Velas de chama laranja rubro
ao vento sobrevivem
numa elasticidade em estilo puro
vozes roucas do que dizem
Elas serão cinco
em plano chão do monte
eu bem que o sinto
do que sai daquela fonte
ao vento sobrevivem
numa elasticidade em estilo puro
vozes roucas do que dizem
Elas serão cinco
em plano chão do monte
eu bem que o sinto
do que sai daquela fonte
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